"Esta é a história de uma família sem par: o patriarca, gigantesco e solitário, as suas quatro fêmeas, cada qual com a sua cria carente, e George, órfã de progenitora. Dez seres intimamente ligados no seu próprio mundo, vivendo cada longo dia numa paisagem extravagante e sufocante."
Texto de Mark Jenkins; Fotografias de Ian Nichols
Conheçamos as quatro fêmeas: Mama, Mekome, Beatrice e Ugly. Apesar de Mama ser a matriarca mandona, Mekome é a preferida de Kingo e todos o reconhecem. Benevolente e de grande coração, Beatrice não tem preocupações. Ugly, por seu lado, é anti-social, evitando toda a família. Cada progenitora empenha-se com afinco para proteger e promover a sua descendência. Mama e Mekome tiveram crias masculinas, chamadas Kusu e Ekendy, grandes companheiros de tropelias. Beatrice e Ugly têm recém-nascidos (Gentil, de olhos grandes, e Bomo, de longos membros) e transportam-nos para todo o lado. Hoje, como em qualquer dia, o patriarca de ombros largos come sozinho. Ninguém está autorizado a aproximar-se dele durante a refeição. As abelhas zumbem-lhe aos ouvidos e as moscas cobrem a sua comida, mas ele não repara. Senta--se com a barriga protuberante sobre as coxas e rumina com uma expressão enfastiada no olhar. Depois do almoço, dorme-se. Kingo deita-se à sombra, estende os braços fortes, respira fundo e adormece instantaneamente. Mekome esgueira-se habilmente para junto dele e deita-se. Beatrice começa alegremente a amamentar Gentil, a distante Ugly começa a alimentar Bomo, George instala-se sozinha e os rapazes começam a brincar. Kusu e Ekendy são demasiado crescidos para dormir à tarde. Enquanto as progenitoras dormitam, os meios-irmãos cabriolam perto de Kingo, que ressona. Perseguem-se um ao outro, fintando-se e caindo, lutando e rindo. Quando as suas brincadeiras se aproximam demasiado do progenitor, ele rosna e eles afastam-se a correr, mas o seu magnetismo volta a atraí-los passado pouco tempo. Quando Kingo desperta, conduz a família num passeio pela floresta. Os rapazes mantêm-se perto dele, imitando-lhe todos os movimentos. As fêmeas seguem-lhe no encalço, vigiando-se mutuamente de maneira intensa e invejosa.
Fonte: http://www.nationalgeographic.pt/articulo.jsp?id=1486070
Reflexão:
Quando ele pára, os outros param. Quando ele se move, os outros movem-se. Kingo, um dorso prateado de 150 quilos, é mesmo o rei da selva.
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